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Balaios

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Que coisa...

O diabo da generalização é tão, mas tão deletério, quanto são surpreendentes suas múltiplas facetas. Duvida? Então, vejamos.

Se olharmos para trás, só um pouquinho, rememoraremos alastrados e inflamados discursos sobre a necessidade de componentes dos quadros das forças armadas serem lotados no governo federal, na senda da moralização e qualificação nos cargos estatais civis no lugar dos que, comumente chamados políticos, só haviam feito barbaridades desde a redemocratização brasileira.
Para quem tal defendia, caráter, integridade pessoal e capacidade técnica, para absolutamente tudo (da segurança pública até a educação) residiam, exclusivamente, em indivíduos vestidos em panos de cor verde oliva, azul marinho ou branco. Se as vestes ostentassem divisas, estrelas, medalhas e outros adornos, então, credo: só louvores de adoração e esperanças irrestritas lhes seriam adequados. Mínimo questionamento a propósito de, pelo menos, capacidade intelectual para os que nunca tiveram treinamento, era considerado afronta à própria pátria.
Eis, então, a primeira generalização, enganadora como sempre, ainda que para bem conceituar indivíduos, pessoas comuns que, de diferente, só suas funções e roupagens tinham e têm. São seres humanos. São brasileiros. Lembram?
Prosperou a fábula contada (e não me perguntem como, eu também não consigo compreender), a ilusão ofertada e adquirida pela maioria de então (e convenhamos: só de então) e, em abundância, lá foram colocados e lá estão. Inclusive na saúde...
Pois bem! Dos resultados, pelos mais racionais já imaginados para efeitos do que aqui trago, destaco não o mais grave, mas um dos primeiros, logo, a decepção.
Não sendo todos os componentes das forças armadas, mas uma minoria, meia dúzia de gatos pingados a, por seus feitos, frustrarem os mais apaixonados, era de se esperar, ao menos, o fim das generalizações e imediata discriminação dos sujeitos em relação à coletividade, assim resguardando as instituições e a maioria absolutamente honrada e preparada (cada qual para as respectivas habilitações técnicas). Pois não!
Aparece proposta de emenda à Constituição Federal pretendendo objetivar, em seu omisso artigo 37, a proibição a militares da ativa ocuparem cargos de natureza civil na administração pública em todas as suas esferas.
Exatamente isto. Nova generalização, agora pejorativa, restritiva e distintiva contra brasileiros e brasileiras que de diferente de nós, civis, só têm, repito, a roupa e o ofício. Emergência de discriminação contra a absoluta, imensa, pesada, colossal maioria de compatriotas militares, que não apenas passam ao largo das asneiras ditas e ilicitudes a absurdos cometidos por seus colegas de caserna lotados no governo federal, mas que se avexam e repudiam a tanto.
E, logo por Lei que, neste país ninguém respeita, mas, ainda assim, todos clamam episodicamente como remédio para tudo.
Se bem que não posso generalizar, pois, há sim, leis, ainda que poucas, excepcionalmente respeitadas e que têm seu vigor sentido no cotidiano nacional, a exemplo daquela que diz que os bons pagam pelos maus.

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